
O vento sopra quente, empurrando as preguiçosas folhas de palmeira acastanhadas. Uma gaivota de asas negras afasta-se da traineira barulhenta. A tinta vermelha há muito que passou de prazo e o motor debita rotações dignas de um filme bélico. Avisto os pescadores de faces endurecidas pelo sol escaldante e vestidos de cores berrantes, acenam-me à sua passagem. À medida que prosseguem livram-se dos restos de peixe que amanham, por isso são perseguidos por uma multidão faminta de gaivotas. Nessa zona a água parece gorgolejar como se estivesse a ferver. De resto o mar está calmo, azul e imenso, importunando a areia branca com pequenas ondas. Oiço a tua respiração leve, enquanto dormes traquilamente no meu colo...
O meu colorido sumo tropical esgota-se e a paisagem desvanesce-se com a brisa sufocante.