Domingo, 25 de Julho de 2004
Como te recusas a ouvir-me decidi escrever-te. Não sei se o problema é meu, se é teu, sinceramente não sei. Não sei o que se passa conosco, a única coisa que sei é que as coisas não podiam estar piores. Mais uma vez, precisei de ti, e mais uma vez não vieste. Se tivesses em TN, eu compreenderia, mas não, estás a 9 Km de minha casa, mas mais uma vez tudo está à minha frente, nem quando eu realmente preciso das tuas palavras, do teu calor tenho direito a ser a prioridade na tua vida. Dizes que eu nunca enfrento os meus pais, e tu? Quando é que tu já enfrentas-te os teus por mim, hoje, que eu tento precisava de ti foste incapaz de enfrentar os teus pais e de dizer que querias me vir ver, que eu precisava de ti. Sabes perfeitamente os tempos dificeis que tenho pela frente e que estou a ultrapassar, mas mesmo assim eu não sou digna de uma visita. Nem sabes como eu estou triste, desiludida como nunca pensei que um dia poderia vir a estar. Mas tudo isto me passava, apesar de a mágoa ainda perdurar por algum tempo, se tu não falasses comigo da forma como falas. Com ódio, com desprezo, como se eu fosse apenas mais uma rapariga qualquer, totalmente descartável e não a pessoa que dizes que amas mesmo quando estás chateado. Como é que consegues? Gostava de saber. O meu coração e a minha alma choram ao escrever estas palavras e as dúvidas assolam-me. Como é que a pessoa que diz que me ama mais do que tudo me consegue tratar assim? Será que vale a pena? Eu quero acreditar que assim porque ao mesmo tempo que estou a escrever estas palavras o meu coração já te está a perdoar e a dizer para te telefonar e fazermos as pazes. Acontece sempre isto, quando me desligaste o telefone disse que não te iria telefornar e que me iria recusar a falar contigo, mas cinco minutos depois já tudo passou. Ás vezes não queria ser assim, mas o que fazer, se eu te amo, apesar de tudo.